Estive no último domingo (25) na cidade de Guaratinguentá, participando da quinta edição da meia maratona de Frei Galvão. Tomei conhecimento dessa prova pelos relatos anteriores do Fábio Namiuti e resolvi encarar o desafio.
Fiquei hospedado em Taubaté, e na manhã de domingo fui de carona com o Fabio Matheus para Guará, em comboio com a van da equipe 100 Juizo, a qual teria o prazer de correr como um membro honorário. Obrigado Fabio, foi um prazer reencontrá-lo.
Chegamos cedo ao local, retirada de kit sem problemas, e parada para troca de ideias e colocar o papo em dia com a rapaziada do Vale. Conheci o capitão Zebra (figuraça! Autêntico corredor) e demais figuras carimbadas da 100 juizo, sempre presentes nos relatos do Namiuti.
Satisfação conhecer pessoalmente Ivo Cantor, o criador do passo do urubu malandro, o qual me salvou e foi amplamente utilizado nessa missão. Também rever Guilherme Maio e saber dos seus futuros planos. Agradecer ao Fabio Namiuti pela receptividade e pelas honras de vestir a camisa 100 juizo, a qual suei e sangrei.
Antes da largada, a banda da PM mandou um "cidade maravilhosa" para me deixar em casa, e após o hino nacional, o loucutor mandou um fuáááá no gogó (nunca d´antes visto tão artesanal e engraçado) e fomos para a luta.
No primeiro quilômetro um aperitivo de subida, passamos pela feira e quase fiz o stop para saborear um pastel. Sol querendo dar as caras, abafado. Seguimos num ritmo tranquilo e fomos ficando para a rabeira do pelotão. Diga-se de passagem, pelo shape da rapaziada, só tinha gente na capa, corredores de elite.
Como todas aventuras em SP, muitas subidas que vão te minando as forças aos poucos, como comer mingau pelas beiradas. No km 5 uma boa descida que deu para soltar a musculatura e seguir num ritmo melhor. Ali pela frente, despedi do Namiuti que saiu em busca do estábulo rs, e eu segui carreira solo.
Percurso de duas voltas tem seus méritos, mas desvantagens também. Nessa era só desvantagem, pois no meio da prova, você já tinha conhecimento da tranqueira que teria que passar novamente. Por pouco não desisti ao passar novamente pela feira, o pastel com calde de cana estava chamativo. A altimetria deveria ser simétrica por se tratar de duas voltas, mas nem o Garmin nem eu entendemos assim. (talvez pela segunda volta ser mais dura, em virtude do calor e cansaço, o Garmin entendeu minha percepção de esforço e mudou a altimetria rs).
A hidratação estava muito boa, mas na segunda volta, corremos juntos com carros, o que era perigoso em muitas rotatórias. O peito já estava esfolado e sangrando e a cada jato de água jogado na cabeça, o bicho ardia como nunca. Me fez pagar peitinho várias vezes, e toda vez que acontecia, eu me despencava em risos pelo topless. A partir do km 17, incorporei o urubu malandro e fui com ele até o final, em alto estilo, e com a língua dentro da boca conforme manda a técnica. Não consegui ultrapassar o nhônho que estava na minha frente a prova toda e ele foi um excelente coelho, méritos totais para ele! Ao atravessar o Paraíba, km 20 para 21, fui ultrapassado por quatro corredores e não tive ânimo para uma reação.
Olhei para trás e vi que não havia ninguém a vista, poderia concluir sem sprint que não passaria ninguém nem seria ultrapassado. Para minha surpresa, na reta final, avisto a família que dá aquele gás. Júlia cruza a linha comigo, como havia prometido, levantando o braço de campeã e tudo, conforme havia treinado. Roubou a cena total. Lágrimas pingaram.
Não cheguei 100% o que me impediu de curtir os comes e bebes na van da equipe. Fica para uma próxima. Foi uma grande corrida, e para quem não conhece, vale a pena colocar no calendário. Pela ausência de treinos fica confirmado o péssimo tempo (2h18), mas serviu para confirmar a excelente mémoria muscular que possuo. O último treino havia sido em 3/10 e fiz a prova completa sem caminhar.
Valeu Galera!!