V - Maratona do Rio de Janeiro 2012

"Não é a distância que ‘quebra’ o atleta, mas sim a intensidade" 

(Craig Alexander, tricampeão do ironman no Havai)

Foi a frase acima que me guiou para a conclusão de mais uma maratona, minha quinta experiência na bela distância. E de todas elas, foi a que conclui mais inteiro, correndo por todo o percurso, e de quebra com RP. Tudo isso com o maior treino longo na preparação sendo de apenas 21km! Isso é Ironguides (IG).

Recomendo muito treinar por essa planilha, se o objetivo é concluir a maratona sem caminhar (se possível), terminando inteiro, e não se matando no treinamento para ela. Não sou atleta IG, não ganho nada deles, falo porque o método deles é incrível e funciona muito bem para mim (pode não funcionar para você). Você chega ao final da preparação dizendo: "é isso mesmo"? Estou preparado para encarar uma maratona? E você está! Recomendo experimentar.

O fim de semana foi espetacular, a começar na quinta com meu aniversário, terminando na segunda, com a despedida dos amigos que ficaram hospedados lá em casa. Voltem!! A casa está sempre aberta.

A temperatura no dia da prova ajudou (quando eu prometo eu cumpro JapaFake, mas ano que vem nem adianta, é sol), até frio fez, e não fosse a chuva, as condições estariam perfeitas. Mas por que nunca estamos satisfeitos? Se chove, a gente reclama. Se faz calor, reclama. Se está nublado, reclama um pouco menos (ai a culpa vai para a umidade). Para quem não está acostumado com o calor do RJ, as condições estavam ideais.

Chegando ao aterro cedo, na fila do ônibus para a largada, encontramos vários amigos e partimos para a longa e sinuosa viagem até o Recreio. Aqui vai a única crítica que tenho a organização da prova. Os motoristas não tinham um itinerário definido. E a confusão foi grande pelo caminho. Chegamos quase na hora da largada, o que não deu para fazer nada além do indispensável, a buzina tocou logo em seguida.

Minha ideia era ver até onde seria possível manter um ritmo confortável, para beliscar um sub4 e entrar no ranking dos amigos do Júlio. Programei para 5:45 inicialmente. A primeira perna da maratona é chata, sacal, não pelo percurso em si, que é todo plano, mas pela monotonia. Uma reta sem fim de 21km, pela direita o mar, na esquerda a reserva. Passei no km 10 com 57min, no km 12 tive que parar para tirar água do joelho.  Em algum ponto dessa reta encontrei o Namiuti e a malucada do asfalto.

Passei no km 14 com 1h20 e estava dentro dos planos ainda. Chegando na Barra, muita gente desviava das poças, e subia para a ciclovia. Fiz isso algumas vezes...mas subir e descer aquele meio fio grande, e as muitas curvas da ciclovia me fizeram não mais arriscar, e pisar na água mesmo, seguindo em linha reta. A primeira perna foi vencida num tempo bem próximo de 2h.

Iniciava agora, na minha opinião, um dos melhores percursos de provas de meia maratona que já participei. Óbvio que largar dali é uma coisa, chegar ali já com 21k acumulado nas pernas, outra. A subida do elevado do Joá é a primeira saída do plano, nada que atrapalhe, e que te leva para o primeiro túnel do percurso. Foi ali que conheci Lana em 2010, e não tem como passar por ali e não me lembrar disso.

Estava curioso para saber o que a empresa light reservava para o segundo túnel, já que nos anos anteriores, sempre havia animação com luzes e música clássica. Dessa vez, para minha decepção, apagão geral, o único barulho era feito pelos corredores.

Chegamos em São Conrado sob vento e chuva. Tomei um gel, mas o estômago embrulhou, não insisti e sabia que não dava mais para gel. Ao virar na praia, encontro com o Branca. Estava no apoio de bike dos seus atletas. Saúdo-o, pergunto pela Mayumi, e após a resposta que ainda não passou, grita um "força guerreiro!". A simplicidade do Branca é de dar gosto. É por isso que o cara está onde está. Se morasse em SP, estaria com eles. O cara dá suporte para todos, ajuda todo mundo (independente de ser de sua equipe ou não), pergunta se está precisando de algo, oferece coca, água, etc. Sou fã!

Subindo a Niemeyer, bonito de ver! O mar bravo, batendo na rocha. Nem olhei pra subida, fiquei só vendo o espetáculo do mar na costa. Passou que nem vi. Na descida, me passam Elis, seguindo o marcador de 6min/km. Me passa também Evandro Alemão, que não conheço pessoalmente, mas como estava com blusa ACORJA, gritei.

Chegamos no nível do mar, Leblon. E se com gente e sol ali é bom, com chuva fica tudo muito cinza. O mesmo pode ser dito de Ipanema. Estava chegando o trecho que me derrubou nos anos anteriores. Ao dobrar no arpoador e chegar no forte de Copacabana eu sempre olho para o maldito hotel na linha do horizonte, local onde saímos da orla e vamos rumo a botafogo. Dessa vez foi diferente. Chegou ao forte, eu peguei o ipod e fui achar a música Copacabana, de Barry Manilow (dica do Rinaldo)! Funcionou, me diverti no remix e passou que nem vi. Cheguei no meio de Copa, onde estavam Drica e Sergio. Pára tudo! Eles merecem um parágrafo.

Gente, o que faz a pessoa ir para a rua num dia frio, com chuva, e enfrentar tudo o mais?? Oferecendo apoio e palavras amigas...tem que ter um coração muito bom, só esse casal!! Pra ficar tirando foto, mandando força, oferecendo coca-cola, amendoim, etc... só faltou quibe Drica!?? Vocês são demais! Pena que o arroto da coca só saiu no final de Copacabana, e eu fiquei levinho depois dele. Eu jamais esquecerei isso que vocês fizeram, Copacabana estará sempre comigo de agora em diante, sem sofrimentos como outrora, vou sempre lembrar do sorrisão, dos gritos, das fotos, da coca e do amendoim. E o ponto na frente daquele hotel marriott na orla fica agora imortalizado na maratona, merece a estátua de vocês!! E o segredo  para vencer Copa é esse, ali tem que ter sempre um arroto de coca-cola, aquele que te esvazia totalmente, para você conseguir chegar no aterro! (fotos abaixo tiradas pela Drica).

alguém perdeu o guarda-chuva

boca cheia de amendoim

  

Me leva pro aterro vento!

Os 5 km que faltavam, passaram rápido demais. Tinha gente na rua, vibrando na princesa Izabel, legal! Os dois túneis foram agradáveis, pois estava frio, e chegamos em botafogo, finalmente. Era só administrar, rever tudo mentalmente, deixar a emoção tomar parte, pois o show estava chegando ao final. Uma última curtida no pão de açúcar e no Cristo Redentor, e fim!! 4h21. Novo RP, 20 minutos mais rápido que as vezes anteriores no RJ. Ninguém é profeta em sua terra, mas, até que enfim, fiz uma boa maratona do RJ. As duas anteriores foram para aprender que não se come um rodízio com rondeli de prestígio no sábado. Agora ele é na sexta! 

Vamos ao meus concorrentes (adversários é um termo feio demais) diretos, aqueles com quem a disputa sempre tem a maior graça, esse placar é apenas das 3 vezes na maratona do RJ.

Estreiantes no RJ:

- Ganhei de Felipe de Souto, a disputa com ele sempre será boa. Como foi a primeira no RJ, ele vai crescer muito por aqui ainda. Aguardemos. Passei pra ele meu segredo, tenho que treinar mais agora.

- Perdi para Elis! E com muito gosto. Correu muito a madame. Certamente foi a rapadura que ela não me entregou. Teremos revanche.

Veteranos no RJ:

- Senti falta de Paulo Picanha, estamos 1x1 no RJ. Ao que tudo indica, ano que vem tem desempate.

- O Xará também pisou na bola não correndo esse ano. Depois do ano passado, que ele deu aquele toquinho na mão do Marílson e perdeu de mim, ele ficou com medo. Te aguardo ano que vem, 1x0 é um placar magro.

- Miguel Delgado perdeu mais uma, estamos 2x1. Se perder mais uma vai sair da disputa, tá fácil demais, vai virar café-com-leite.

- Fabio Namiuti desempatou no RJ, 2x1, boa disputa, como sempre. Quase no fotochart dessa vez. Foi a parada na Drica?? Ano que vem veremos. Parabéns pelo RP Japa. A pensão te espera.

- Wu é imbatível, está 3x0, chocolate. O discípulo está quase pronto para ganhar do mestre. Captei o recado no Belmonte, e vou correr muito mestre, deixa comigo.

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Agradeço aos amigos por tantos presentes, todos são especiais, e a maioria vai me fazer mais gordo, porém, mais feliz também.