terça-feira, 30 de março de 2010

Corrida Ecológica de Nova Friburgo

Participei no último domingo (28) da prova "Corrida Ecológica de Nova Friburgo", organizada pela Prodesporte, na cidade de Nova Friburgo, considerada a Suíça Brasileira. Chegamos de véspera, e agradecemos as dicas de hotel e restaurante fornecidas pelo Maratonista Camarada, Ésio Cursino. Excelentes!

A prova era nas modalidades de 10km ou 30km, dependendo do apetite do freguês. Era a abertura de temporada das corridas de 2010 para mim. Optei esse ano novamente por correr somente provas longas, e começar fazendo 30km foi uma boa escolha para a maratona que está por vir. Iria analisar como chegaria  ao muro.

Na verdade, a prova foi encarada como um treino de luxo, com direito a medalha, além de marcar minha estréia pela equipe Baleias, cada vez mais internacional. O visual da prova é admirável. Mas colocar a largada para 9hs deve ser revista.

Nessa empreitada, tive a companhia do grande amigo e xará Ricardo. A largada, além de ser tarde, ainda atrasou uns 15 minutos. Os primeiros 5km foram a maioria em paralelepípedo, e de boas subidas. A partir dali, quem corresse 10km voltaria, perdendo o melhor do percurso...estrada de chão e natureza.

Os Ricardos

Dos 5 aos 10km, foi de caça a coelhos, alguns muito mal escolhidos, diga-se de passagem, e que não renderam grandes ultrapassagens. Nesse contexto, a rápida troca do alvo se fazia necessária. No km 11, o xará pára para o number one, e depois da retirada dessa água, não peguei mais o cara. Um senhor na retaguarda, ao avistar o manto coral dos Baleias, disse que se mudaria para BH, uma vez que os Baleias estão agora todos finos (interpretei como elogio ao shape). E as subidas pareciam intermináveis.

Cheguei ao 15km e era hora de voltar. Agora eram descidas. O sol resolve dar as caras e ai azedou o pé do frango, como diria o Cap. Zebra. A sorte era que em alguns pontos, brotava água de nascentes em pedras na beira da estrada, ai aproveitava para molhar o boné e resfriar o radiador. A volta foi grande parte solitária. Avistava alvos a serem perseguidos, mas não poderia queimar cartucho correndo o risco de quebrar para acompanhá-los.

Dizem que para descer o santo ajuda. Só que ele esqueceu de mim nos primeiros 7k da volta. No km 22, o xará reduziu e me esperou, dali até o final seguimos juntos. Faltando 6km o motor ferve, mas graças a generosidade do xará, que comprou uma garrafa de água na birosca da esquina, deu para chegar ao 25k correndo e reabastecer o tanque. Dali em diante era terreno desconhecido, pois o máximo que havia rodado até então eram 25km.

Deu uma vontade de caminhar em alguns trechos, mas como era descida, fomos levando na maciota, para fechar a prova em 3h18m.

Prova artesanal, que apesar de pequenas falhas na organização, vale muito a pena conhecer. Parabenizo o Augusto, organizador da prova, que com pouco apoio e grana conseguiu realizar um evento descente. Nós que estamos acostumados a meter pau, e com fundamentos,  nas grandes organizadoras, temos que tirar o chapéu para pessoas que, com poucos recursos, realizam proezas. Imagino o que esses caras fariam com os recursos das grandes. No balanço geral, foi um ótimo fim de semana de turismo em Friburgo.

Pretendo voltar nesses 30km, e agora vejo que a maratona é viável. 2/3 dela já foram. Na medida que novas fotos aparecerem, vou adicionando por aqui.

terça-feira, 23 de março de 2010

Deu Baile

O domingo amanheceu apto para a prática do esporte. Nublado, apesar da umidade alta.

Diante dos últimos fracassos em treinos longos, e por que a temperatura permitia, resolvi abandonar a corcova do camelo, correr sem a mochila de hidratação (menos 2kg no lombo), e dividir o treino em 2 períodos. No primeiro faria 13km, pausa para hidratação e carbo-load, seguindo de mais 10km.

Ao percorrer os primeiros 6,5km e preparar para retornar finalizando o primeiro trecho, a canção (sugestão do Namiuti - Dont stop believing) me impulsionou a continuar em frente e chegar no 7,5km e fechar o primeiro trecho com 15km.

Após abastecimento, os próximos 5km seriam em trechos de aclive e no retorno boas descidas. Foi duro, e uma grande oportunidade de treinar o psicológico. Afinal, venci a mente. Dos 23km programados, fechei com 25km, cansado, porém não exausto. Traje: fraque.

Até essa distância o terreno era conhecido. O desconhecido vem no próximo domingo, onde farei uma prova, que será encarada como treino de luxo com direito a medalha, onde 30km serão percorridos.

Enfim, chegarei ao muro.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mudança de Traje

Com todo respeito as mulheres, mas quando chega a hora delas escolherem a roupa para sair, isso dá assunto para tese de doutorado.

Imitando-as, o traje escolhido para o treino do fim de semana seria um longo, em torno de 23km. Todavia, contudo, entretanto, tem dias que não se deve sair de casa para correr. Esse foi um desses dias.

As pernas estavam num peso só, carregando o mundo nas costas, e já no km 3 vi que seria sacrifício arriscar concluir o objetivo. As lições aprendidas me ensinaram que o melhor a fazer nesses dias é parar. Traje mudado para longuete, e se conseguisse em torno de 17km estaria de excelente tamanho.

Com o pôr do sol, a coisa ficou mais amena e o ânimo voltou. Mas estava longe de casa, e não achei por bem continuar embrenhado no mato em plena escuridão.

Fechei o dia com tomara-que-caia, rodando apenas 14km.

Uma boa semana a todos e viva as mulheres!

sábado, 13 de março de 2010

A estrela brilha

A lagarta vira borboleta e se liberta da crisálida do corpo.

Deixo aqui um registro em homenagem a minha avó, falecida há poucos dias. Exemplo de luta, que muitos valores nos deixou, dentre os quais o de jamais desistir frente as adversidades da vida, bem como a resignação diante do sofrimento.

Relendo o poema Mas, compartilho com os amigos que passam também por contratempos, na certeza de que tudo passa na vida.

Mas...

E eu que achei que a lua não brilhasse
sobre os mortos no campo da guerrilha,
sobre a relva que encobre a armadilha
ou sobre o esconderijo da quadrilha,
mas brilha.

E achei que nenhum pássaro cantassese
um lavrador não mais colhe o que planta,
se uma família vai dormir sem janta
com um soluço preso na garganta,
mas canta.

Também pensei que a chuva não regasse
a folha cujo leite queima e cega,
a carnívora flor que o cego inseto pega
ou o espinho oculto na macega,
mas rega.

Pensei também que o orvalho não beijasse
a venenosa cobra que rasteja
no silêncio da noite sertaneja
sobre a ruína de esquecida igreja,
mas beija.

Imaginei que a água não lavasse
o chicote que em sangue se deprava
quando, de forma monstruosa e brava,
abre trilhas de dor na pele escrava,
mas lava.

Apostei que nenhuma borboleta
-por ser um vivo exemplo de esperança-
dançaria contente, leve e mansa
sobre o túmulo em flor de uma criança,
mas dança.

Por isso achei que eu não mais fizesse
poema algum após tanto embaraço,
tanta decepção, tanto cansaço
e tanta espera, em vão, por teu abraço,
mas faço.

Antonio Roberto Fernandes

segunda-feira, 8 de março de 2010

Números, lama e hiponatermia

A semana foi pífia, em termos de kms rodados, para quem pretende encarar uma maratona. Apenas 26,2 km. Mas o número é místico não acham? Afinal, essa é a distância em milhas da maratona.

A semana chuvosa parece que foi embora, mas a lama ainda continua. Treinar em esteira não me agrada, mas literalmente não tenho para onde correr. Durante a semana tenho que enfrentar essa monotonia pelo menos três vezes. Quando o mar não está para peixe, e a paisagem está nublada, fica complicado arrumar estímulo para passar o tempo sobre essa prancha rolante. No último devaneio nela, afinal o tempo custa a passar, comecei a contar as passadas, tentando chegar o mais próximo dos 180 passos por minuto, outro número místico. Pesquisem e verão que vale a pena tentar os 180 passos. Com isso, o tempo passou que nem vi. Agradeço ao Márcio pela dica dos 180 passos.

O longo da semana era uma prova de 5 ou 10 km. Não me interessei. Então aproveitei a lama e fiz um cross country de 10km, com direito a uso de tração, anilhas feitas de lama, e muita diversão. Aproveitei para testar o produto Suum, repositor de eletrólitos, afinal, hidratar não é só beber água.

Para mim, o diferencial desse produto com relação aos concorrentes é o sabor, lima-limão. Se misturado com água gelada, desce muito bem. Para treinos, o mesmo está aprovado, pois trata-se de uma pastilha efervescente. Daí a necessidade de se levar um squeeze extra ou ter 500ml de água a disposição para dissolver o produto. Isso em prova não é viável para mim. Já em treinos, com camelback, funciona bem. Agradeço ao representante do produto que me enviou amostra para testar.

Tenho lido bastante sobre hiponatermia, e esse produto cai bem na reposição.

Entramos na quarta semana de treinos.

Boa semana a todos.