Meu dia de John Locke

Tiro meu chapéu para os caras da meterologia. Eles estão acertando tudo. Tempos atrás eram motivo de chacota, pois não davam uma dentro quando o assunto era previsão do tempo. Hoje, com tantos recursos, eles estão matando a pau. Digo isso pois na quinta passada liguei para um amigo marcando um treino longo para o fim de semana, e o mesmo disse que não daria, pois a previsão era de chuva. Bem, aceitei as razões dele, mas não desanimei, na esperança de conseguir fazer o treino sozinho. Doce ilusão.

Muita chuva, sem parar, não tive ânimo para encarar o treino. Preferi ficar em casa curtindo minha filha. Como já estava desde quinta parado, ontem, quando comecei a alongar para tirar a ferrugem e dar uma rodagem, eis que a chuva desaba, forte. Ai que baixou o John Lock, do lost. Disse: essa chuva vai parar em 5 minutos.

Trote de aquecimento, e ao chegar no início do trajeto relatado no último post, eis que a chuva pára. Comecei a rir sozinho. Lá sequer havia chovido, piso sequinho. Parecia cena da familia Adams, onde a nuvem de chuva fica apenas em cima da casa. No entanto, por volta do km 5, desaba o temporal, mas não desisti... muito frio. No último km, a cena inusitada. Acaba a luz na cidade, escuridão total, e segui num ritmo lento, para evitar acidentes.

Valeu a pena! Novas experiências. Me veio a mente as cenas narradas por Saramago no seu genial "Ensaio sobre a cegueira". Não vejo a hora de conferí-lo na telona.

Boa semana a todos, e que seja repleta de boas corridas!