terça-feira, 14 de outubro de 2008

XII Meia Maratona Internacional do RJ

Foi uma grande festa a décima segunda edição da meia internacional do RJ, ocorrida no último dia 12 de outubro. A começar na véspera do prova, onde tivemos a oportunidade de conhecer e almoçar com o Marildo e sua família. Grande figura, que eu conhecia apenas do mundo virtual, e que no bate papo de algumas horas confirmei, e me identifiquei com a maneira fabulosa como ele encara as corridas de rua. Em dado momento, ele soltou um comentário que parecia uma profecia: "Todos meus amigos que entraram nessa de correr contra o relógio já quebraram e muitos hoje estão até fora das corridas".

Domingo, acordo cedo e ao atravessar a ponte em direção ao RJ, vejo que o sol sairia e não daria sopa. Encontro com o Leo Hacidume e com o Paulo Massa, e vamos juntos para São Conrado. Demos uma baita sorte de entrar por uma "porta" errada, e fomos parar dentro de uma campo de golfe. Nem pareceia o RJ e sim a ilha de LOST. Que grama tapete, que visual, deu vontade de fazer um trote por ali, mas não demoraria receberíamos um pito. Veio um Caddie cheio de parafernália de golfe, e avisou que não conseguiríamos chegar a orla por ali, e nos deu a dica do caminho de volta, mas pediu para que esperássemos a bola que estava vindo, e que lambada!! Na saída do campo, ainda tivemos a sorte de encontrar a recordista mundial nos 21km a queniana/holandesa Lornah Kiplagat que mais tarde estaria no topo do pódio. Um privilégio nosso. Ainda não eram oito da manhã e ela já estava super aquecida.

Chegamos a orla e no meio daquele povo todo, fomos avistados pelo Wlad. Conheci meus conterrâneos da turma do Araribóia Runners, Berg e xará Ricardo, foi muito bom conhecer vocês, que astral!! Todos emparelhando para a largada, rolando um Capital Inicial para ir animando a turma e do nada aparece o Manager Wlad, com um amarrado de água, oferecendo para a turma toda. O cara é sinistro!!

Largada com um pequeno atraso, sol na mufa, e lá vamos nós para a hora da verdade. Não tinha idéia se estava no meio ou fim do pelotão, enfim, aquela anestesia e êxtase de estar novamente correndo uma meia. O início foi muito tranquilo, a Nyemeyer de cara é bem tranquila, foi que nem vi passar, só curtindo aquele visual. Consegui manter o ritmo em 6min/km. A primeira hidratação no km 4 e leblon e ipanema já ficam para trás.

Em Copacabana, o calor derrubou muitos. Passo pelo Talban no km 9 e ele já demonstrava cansaço. Tento dar uma força e ele diz vai embora, toca. Digo que teríamos isotônico no km 12, sacanagem né? Poderia ter passado sem essa. Mando o primeiro gel e ao longe vejo o hotel onde sairíamos da orla para o caldeirão do aterro. Até a virada na Princesa Isabel, muito chão! Restava curtir a paisagem e as pessoas, que ao contrário da meia de junho, estavam super empolgadas e animando muito.

Enfim, Princesa Isabel. Vejo o staf da ACORUJA e vou na sua direção pegar um gatorade. Estava quente, mas valeu! Tomo um pouco e deixo a garrafa com um necessitado. Na entrada do túnel, passo por duas corredoras, mãe e filha, que estavam tirando fotos de tudo. Pego a máquina delas e registro o momento de sua entrada no túnel, que foto bacana que ficou!

Botafogo, e o posto oficial de Gatorade vazio! Já tinha acabado! Ali, naquele asfalto pegajoso, de tanto gatorade no chão, lembrei-me da infância. Era dia das crianças! Quem nunca usou grude de jaca para aprisionar passarinho? Ou fazer pipa de jornal com cola de arroz? Pois essa era a sensação de estar colado ao passar por aquele chão pegajoso.

Cheguei no aterro! Gente vibrando, passo pela chegada, ela a esquerda...para mim, ainda tinha uma super reta a encarar, até o MAM... mais chão pela frente, calorzão e nada de água. Ali dei uma segurada, km 16 e passo pelo Wlad andando. No km 17 começo minha agonia por água. O Xará do Araribóia me passa, dando uma baita força, mas não daria. Se não parasse ali, não completaria. Pela primeira vez, andei (ou kansei como diz a Mayumi)! E foi providencial. Andei até o posto de hidratação no km 18. Pego três copos e saboreio cada ml, devagar. Ali estava com 1:52min, volto a correr e vejo que estava bem, daria para fazer em menos de 2:11 e seria meu record pessoal. Faço a volta no MAM, e encontro o companheiro de equipe, Renato Coradelo, em luta com dores na panturrilha.

Reduzo, dou uma força, troto com ele e ali reflito. O que valeria mais a pena? Partir para o record ou dar força para ele chegar? Como tinha dito no post anterior, estava correndo em homenagem ao meu avô e tenho certeza que ele ficaria mais feliz com a segunda opção. Foi o que fiz...

Nessa de ir trotando, outro que estava quebrado e caminhando se anima e entra no bonde, o Marco Campelo, e vamos ali, no ritmo de cruzeiro até cruzar a meta. Fechei bem, inteiro, com 2:15 e estremamente feliz.

Se você que está lendo chegou até aqui, parabéns!! A Yescom arrebentou dessa vez. Minhas únicas ressalvas são com relação ao horário da largada (mas isso é culpa da Globo! Parece que conseguiram antecipar a largada da Pampulha) e o posto do gatorade, que já tinha acabado quando passei por ele.

No mais, bela medalha, kit pós ok, aguá em fartura e gatorade, tudo nos conformes. Passo na tenda da CORUJA, encontro os amigos para a social, Marildo passa por lá para conhecer a turma dos blogueiros cariocas mas apenas o Paulo Massa estava por ali. Fomos embora, na certeza de que foi a corrida mais dura de nossas breves carreiras.

A memória muscular funcionou. Dessa vez não treinei tanto quanto a da meia de junho, mas por muito pouco a memória não teve amnésia.

Tenho certeza que o record pessoal vai ser quebrado em breve, de preferência longe do calor do RJ, dicas?? Mas isso não me perturba em nada. Fui dormir feliz, inteiro. Ahhh, Marildo, e antes que me esqueça, não encarei a pelada a tarde, mas fiz pior...era dia das crianças, e levei a Júlia na praia. Que canseira que ela me deu...ainda corri com ela na areia a tarde...Pai super-herói!!

Graças a nossa paparazzi oficial, o evento não ficou sem registro. Muito obrigado Aline!

23 comentários:

  1. Hoffmann;

    Belo relato.

    A cada blog que passo e leio a participação dos amigos; me dá mais vontade de participar dessa. Fique ciente que Domingo estava na frente da tv assistindo e me deliciando com a paisagem e em vários momentos torci por cada camarada que sabia que estava nesse desafio.
    Arrisco à dizer que sua carreira de corredor tem vida longa, pois você compreende de forma plena o significado de ser um atleta amador, que além de tentar obter bons tempos; inclui várias outras atitudes, como amizade, integração, senso de ética e principalmente saber escutar o corpo e respeitar os limites dele. Fora a diversão que é item obrigatório.
    Parabéns. Abraço. Maurão.

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  2. Hoffmann, parabéns pela prova... conclui-la já foi uma vitória, um recorde pessoal. A mais dificil que já fiz até hoje.

    Obrigado pela força no 16km, mas realmente não dava mais e iria lhe atrapalhar.

    Aline agradece pela citação.

    Forte abraço e que venha o Virtual Runner Team

    Abc
    Wlad

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  3. Hoffmann,

    mais uma vez preciso te agradecer pela força que me deu na Meia!

    Estava alternando caminhada com trote desde o KM 16 ou 17. E por várias vezes pensei em desistir e nem completar.

    Estava sentindo um pouco de dor, mas o que me derrubou de verdade foi a mente.

    De repente, escutei uma voz conhecida dizendo: "Campelo, começa a trotar que chegou o bonde dos quebrados".

    Graças a seu incentivo e companhia consegui completar essa meia maratona.

    Foi uma verdadeira lição do quanto um esporte individual como a corrida é COLETIVO! :-)

    Desculpe por ter atrapalhado inclusive o seu sprint final, mas minhas reservas tinham se esgotado mesmo!

    Você deu uma verdadeira aula do que é a corrida!

    Obrigado!

    Abraços,
    Marco Campêlo

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  4. Belíssimo relato, meu amigo Ricardo ! Parabéns por ele, pela sua participação em mais essa meia maratona e, acima de tudo, pela solidariedade que você demonstrou para com os amigos corredores. Seu avô certamente viu ... e aplaudiu !

    Gostaria muito, você sabe, de ter estado com vocês nessa. No ano que vem, tô aí, sem falta ! E a gente reúne a galera também no mês que vem no Bar do Mané (sem goró, se possível).

    Fico feliz por você ter encontrado o amigo Marildo, grande figura das corridas e gente fina à beça.

    Essa do campo de golfe foi boa, hein ? Me identifiquei pra caramba, já que vira e mexe vou parar em lugares proibidos ... Um dia desses, num treino, entrei por engano numa fazenda e quase levei tiro de sal nos fundilhos. Acontece, acontece ...

    Abraço !

    Fábio

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  5. Essa foi a prova mais sofrida que participei. Fui preparada para sofrer no início, mas que nada, o pior estava por vir. Copacabana não me deixou boas lembranças. E o retorno do Aterro realmente é de lascar. Mesmo assim valeu muito a pena ter ido ao Rio. Foi meu presente de dias das crianças, rsrsrs. Não conheço tanta a cidade, apesar de ter ido algumas vezes, mas ainda fico emocionada diante de tanta beleza num só lugar. Tive que segurar pra não chorar a prova toda. Não de dor. Mas de emoção. Como não planejei nenhum resultado e vendo que não dava pra fazer em menos de 2 horas, que foi o tempo que fiz na Meia Maratona da Linha Verde, aproveitei pra tirar muitas fotos, inclusive de mim mesma, e dessa paisagem maravilhosa que só o Rio de Janeiro tem. Acho que é coisa de mineiro, que por viver tão longe do mar, nunca se acostuma. Conclui a prova em 2 horas e 26 minutos. Cansada, mas extremamente feliz. E que venham os cariocas para a Volta da Pampulha. Abraço.

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  6. Maurão, perfeita sua síntese do que é ser um atleta amador. Valeu pela torcida, e prepare-se para a caldeira no ano que vem.

    Wlad, eu que lhe agradeço. Você é o manager. Aquela do amarrado de água e o acessório Wlad Radcliffe no short foi a melhor! Desencana com o sub-2h, ele virá na hora certa.

    Valeu Campêlo, suas palavras me emocionaram. Com certeza, se partisse para o record pessoal, ele seria esquecido em breve, pois não demoraria, conseguiria batê-lo novamente. Mas essa corrida na companhia dos amigos, jamais esquecerei. Valeu mesmo!

    Fábio, você certamente fez falta nessa festa. Obrigado pelas gentis palavras e pela força que sempre me dá. Nos vemos no Mané, sem goró, para mais uma festa. Até lá. O Marildo realmente é 10.

    Anônima, esqueceu de se identificar! Parabéns pela prova e por esse belo comentário.

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  7. Passaro
    parabens pelo tempo e pelo Post. Para mim foi um suplicio, dor na panturrilha, bolhas nos 2 pés e o calor infernal.
    A volta no MAM é uma coisa absurda, não chega nunca..
    Eu consegui passar ileso só no trote, mas parei nos 2 tuneis. O importante é a medalha..
    Que venha a Adidas

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  8. A anônima sou eu, Lana Gomes, de Belo Horizonte.

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  9. Ricardo,
    Muito bom o seu relato, congratulações !
    Lhe peço desculpas, novamente, por ter me ausentado e não ter lhe avisado.
    Me perdoe.
    Agradeço a compreensão,
    Ass.: Guilherme.

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  10. Que bom vir aqui e ler ótimos relatos camarada, mais uma vez lhe parabenizo pela SUPERAÇÃO que de ter terminado a meia, só foi uma pena que não deu para nos não encontramos, com certeza foi uma ótima homenagem que vc fez ao seu avô e acredito que a atitude que vc teve em ajudar e apoiar o amigo Renato o seu avô lhe aplaudiu muito, quanto ao Marildo, vc foi um sortudo eu procurei por ele e não achei, também faltou vc registrar a foto com o amigo de Santos, deu mole...rssss....
    Ahhh vc não foi o único a ficar cansado amigo, eu também fiquei a minha esposa e filha também foi me assistir e saímos do parquinho das crianças no aterro por volta das 15 horas e a noite tive que ir ao shopping comprar o presente da filhota.
    Um abraço e boa semana.

    JORGE CERQUEIRA

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  11. Ricardo

    parabéns pelo relato, e pela prova realizada.

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  12. É, Ricardo:
    Correr dentro de um forno, não é mole, não! Eu acho que não supertaria! Rs. A minha última meia foi em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Cheveu e fez um friozinho gostoso! Embora tivesse muita subida e descida, quebrei o meu recorde e terminei em 11 minutos a menos que nas duas últimas meias que tinha feito no calor! Portanto, fica aí uma sugestão para vir correr no frio! Rsrsrs.

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  13. Olá! Parabéns pela prova!
    Mas o "Kansei", significa terminar uma prova correndo de ponta a ponta, isto é, SEM andar (e é por isso que dá margem ao trocadilho, kkkk)

    Abraço!

    P.S.: essa de cola de arroz tudo bem, mas grude de jaca, nunca vi aqui em São Paulo, rs

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  14. Hoffann, mais uma meia na carreira hein, parabéns, precisamos marcar uma meia e corrermos junto ok. segue um abc e parabéns.Regis

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  15. Renato, parabéns por ter concluído a prova. Vc veio de lesão e poucos treinos e mandou muito bem, parabéns!!

    Lana, eu desconfiava que a anônima fosse vc, pelo sotaque mineiro na msg, mas não poderia arriscar o palpite. Parabéns por ter concluído essa prova!

    Guilherme, sem stress cara! Entendo sua TPM (tensão pré meia). Nada que uma conversa de meia hora com o Marildo não resolva kkk.

    Jorge, vou adotar a técnica do Carlos Lopes, e correr com mochila e máquina rsrs. O Marildo registrou a foto. Parabéns pela ótima prova.

    Carlos, pena não entrei nas suas fotos. Fica para próxima. Qual será sua próxima corrida no RJ?

    Mayumi, obrigado pela msg e pela dica. Irei correr no frio!

    Valeu Hideaki! Puts, desculpe a falta de intimidade com o idioma nipônico, que gafe! Rapaz, nós tivemos infância. A molecada hoje só sabe videogame e internet...uma pena. Abração.

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  16. Valeu Regis!! Com certeza, você será um super coelho! Pretendo correr a 1/2 da corpore em SP ano que vem. Quem sabe não é essa!?!?

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  17. Olá Ricardo

    excelente relato de uma prova que não foi fácil (devido às condições climatéricas).
    Bonita a homenagem ao seu avô.
    Continuação de boas corridas.
    Abraço de Portugal,
    António Almeida

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  18. Ola António, obrigado pela msg. Você tb está em grande forma, rumo a Maratona! Estamos daqui na torcida. Abraços;

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  19. Hoffmann, muito bom o post.

    Relembrei todos os momentos, almoçar com o Marildo e família, pegar o ônibus e entrar na ilha de Lost, aquele tapete incrível do campo de golf, a recordista mundial (dei um "good luck" pra ela e ela riu pra mim), além da corrida em si.

    Muito bom que você ainda incluiu a estória de vários outros, Wlad, Campelo, Coradelo, seu avô deve ter ficado muito feliz com sua participação. Parabéns pelas decisões, a corrida foi realmente muito dura, em Copa não resisti àquela estufa que estava, sem vento.

    Fica pras próximas!

    Abraço,

    Paulo
    http://www.e-corredor.com.br

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  20. Grande Hoffmann!!
    Melhor do que participar do evento, foi ter entrado no campo de golfe com vc e com Paulo!!! rs
    Rapaz, que venha agora os desafios das ladeiras da corrida do Bar do Mané!!!!!
    Abs!!!

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  21. Cara passei aqui para agradecer muito por tudo quando estive aí no Rio de Janeiro.
    Vc são demais.
    Um grande abraço no Léo e no Paulo que também foram muito bacanas comigo e com minha familia.
    Ricardo Muito obrigado. Estou devendo para quando vc vier aqui em Santos.
    Um abração do seu amigo

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  22. Obrigado pela força amigo!
    Agora só me resta continuar a treinar, para continuar a evoluir!

    Um grande abraço!

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  23. Valeu Paulo, foi muito maneiro mesmo. Enfim, não se pode ganhar todas...sua decisão foi acertada. Abraços.

    Pois é Leo, por aquela nossa entrada no campo de golfe, surgiu um neoligismo, o verbo "Namiutar".rsrsrs. Que venha as ladeiras do mané.

    Valeu Marildo, foi um grande prazer conhecê-lo. Vamos marcar uma prova em Santos!

    Isso ai Bruno, vc está no caminho...continuação dos treinos que tem feito. abraços.

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Obrigado por deixar aqui seu comentário. Boas corridas!!